Resenha: Um Apólogo

Crítica aos aprendizes

Um Apólogo (Nova Aguilar, 1994. V.II) do célebre escritor brasileiro Machado de Assis é um curto conto em que o autor critica a sociedade mostrando como o ser humano é individualista, soberbo e mesquinho.

As críticas ocorrem ao longo da narrativa no diálogo entre a agulha e o novelo de linha. A agulha se auto denomina como melhor que a linha, pois segundo ela, ela é quem faz a principal coisa que é perfurar o pano e a linha se defende e também ataca a agulha dizendo que ela é quem cose, que é quem fica na roupa junto à dama, e diz ainda que a agulha apenas faz o trabalho dos batedores, que abrem caminho para o imperador passar. A agulha continuava provocando a linha enquanto a costureira cosia e a linha apenas ouvia. Ao final de tudo a linha indagou à agulha “Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? ”. Ao fim de tudo um alfinete diz à agulha “Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. ”

Machado de Assis tece neste conto uma elegante crítica a alguns defeitos da sociedade levando o leitor a ter uma reflexão, principalmente em relação a educadores que, muitas vezes, são ignorados pelos aprendizes que não reconhecem o valor de um professor.