Análise: Teoria do Medalhão
- Lara Guimarães
- 12 de out. de 2015
- 2 min de leitura
“Teoria do Medalhão” é escrito por volta do ano 1881, lançada em uma coletânea de contos avulsos em 1882. Machado de Assis criou um diálogo de pai e filho, logo após o jantar de comemoração dos 21 anos do filho. O pai deseja que o filho siga a tradição de ser medalhão, ou seja, ser famoso na sociedade, se comportar de maneira adequada, não ter ideias formadas e nem realizar piadas ironicas que façam as pessoas pensarem muito. Isso faria com que o filho “vença” na vida. O medalhão é representado pelo status social.
O texto traz a análise dos membros da sociedade, descrevendo-a de maneira bem clara e precisa. O obra tem como palavra-chave a ironia, que critica por meio de uma conversa “inocente” a sociedade, expondo tudo de forma cínica.
A obra desenvolve o mesmo tema que é tratado em “O espelho”. Toda a história se dá somente pelo diálogo do pai e do filho, onde o pai explica como o filho deve agir, mostrando uma sociedade medíocre e ignorante, que prega o sucesso a qualquer preço, mesmo à custa do empobrecimento da vida interior e das relações humanas.
Teoria do medalhão, por assim dizer, é um dos contos que mostra a sociedade brasileira no que ela tem de mais profundo: a mediocridade condecorada, a troca de favores como motor básico das relações sociais, a hipocrisia, tudo aquilo que perduraria para além da troca de regime. Portanto, o medalhão, tipo criado pelo autor neste conto, se caracteriza por aparentar ser o que não é. Ou metaforicamente, como nos medalhões, por ter uma face oculta e sem atrativos, voltada apenas para o corpo do dono, e outra, vistosa, virada para o exterior, para ser vista e admirada, respeitada.
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