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Análise: Miss Dollar

  • Andreza Queiroz
  • 12 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

Características da escola literária presentes no conto


Miss Dollar é o conto mais famoso do livro Contos Fluminenses publicado em 1870. Esta obra faz parte da primeira fase de Machado de Assis, onde percebe-se certa influência romântica.

O conto apresenta um em enredo com estrutura de folhetim, em que a trama parece ser o elemento fundamental. Os acontecimentos são narrados sem precipitações, intercalados por explicações por parte do narrador, que conversa explicitamente com o leitor, possibilitando assim uma narrativa marcada por digressões. Esta seria uma característica marcante do estilo Machadiano, além da ironia e o estudo da alma feminina.

A ironia Machadiana pode ser identificada logo no primeiro capítulo, onde o narrador fala acerca da construção da obra, informando ao leitor que seria conveniente a apresentação da personagem Miss Dollar, mas que não o faria, pois encheria a obra de digressões sem importância para a história. No entanto, é justamente isso que o narrador faz, mergulha o leitor em diversas possiblidades de personalidades para Miss Dollar, que afinal é apenas uma cachorrinha galga.

Fugindo um pouco da estética romântica, Miss Dollar traz personagens imprevisíveis, não transparentes e até mesmo interesseiras, acarretando em reviravoltas dentro da narrativa, como o fato de Margarida estar apaixonada por Mendonça.




Enredo



Miss Dollar, uma cadelinha galga, foge de casa e é encontrada por Mendonça, um jovem médico colecionador de cachorros. Ao ver o anúncio dos donos da cadelinha, ele resolve devolvê-la. Assim conhece Margarida, uma jovem viúva por quem se apaixona, e sua tia Antônia. Margarida parece não corresponder seus sentimentos, a jovem já havia sido cortejada por 5 pretendentes, incluindo Andrade, amigo de Mendonça, e não aceitara o pedido de casamento de nenhum deles. Após algum tempo, Mendonça resolve enviar uma carta à jovem viúva, que a responde secamente. O médico entristece e pensa em desistir da amada, mas é surpreendido com uma visita de Antônia. Esta conta-lhe que a sobrinha o ama e que o evita por medo, pois seu ex-marido era um interesseiro, assim como os outros pretendentes após a viuvez. Margarida e Mendonça casam-se. No início ela desconfia de suas intenções, mas percebe, com o tempo, que seu amor é sincero. Miss Dollar é atropelada e morre.



Personagens


Miss Dollar – cadelinha galga de olhos castanhos e aveludados, possuía uma coleira ao pescoço fechada por um cadeado com os dizeres: “De tout mon coeur”.


Mendonça – homem de 34 anos, cursou medicina e ganhou boa parte de seu dinheiro inventando um elixir na época de epidemia. Acha Miss Dollar e a devolve a sua dona, Margarida, por quem se apaixona.


Margarida –Viúva cética quanto ao amor de seus pretendentes por causa da convivência com o falecido marido e dona de Miss Dollar, aparentava ter 28 anos e estar no pleno desenvolvimento de sua beleza. Tinha cabelos castanhos e olhos verdes, como “duas esmeraldas nadando em leite”, o que provocou certo receio por parte de Mendonça, mas não o impediu de amar a viúva.


Antônia – tia de Margarida. Conta a Mendonça sobre o amor que a sobrinha nutre pelo mesmo.


Andrade – amigo de Mendonça, foi pretendente de Margarida.


Jorge – filho de Antônia




Tempo: Cronológico. A estória passa-se no Período Imperial.


Espaço: Rio de Janeiro. São citadas as ruas de Mata-Cavalos, onde moram Margarida, Antônia e Jorge, e Cajueiros, onde Mendonça mora.


Foco Narrativo: Terceira Pessoa, narrador onisciente e onipresente.


Verossimilhança: A verossimilhança do conto está presente na sociedade da época, que relacionava o casamento a status e bens materiais. A narrativa apresenta diversos costumes e ideias do Período Imperial.


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