Análise: Conto de Escola

O conto se passa no Rio de janeiro no ano de 1890, e é narrado por um personagem, Pilar, que contava com uns dez anos de idade. A história não faz uso de metáforas, sendo bem direta e literal, porque é contada por uma criança.

Começa com um menino indo para a escola, na qual chega pouco antes das lições de gramática. Entrou na sala pouco antes do mestre, que era muito rígido. Raimundo, um colega de classe e filho do mestre, estava com dificuldade de aprender a atividade de sintaxe, então oferece ao narrador uma moeda que sua mãe tinha lhe dado, para que o narrador explicasse o conteúdo, e seu pai não o punisse. Este, por sua vez, aceita a proposta. Após alguns minutos de tensão, a troca é realizada. Porém Curvelo, um colega de sala deles, um pouco mais velho, os denuncia ao mestre, de modo que ambos são punidos, e o mestre arremessa a moeda pela janela. No outro dia acordou mais cedo para procurar a moeda, mas não achou, pois alguns soldados passaram marchando, desviando sua atenção.

O texto tem como palavra-chave a ética, onde o menino Pilar se questiona sobre o que é certo e o que é errado. A prática de ser pago pra ensinar não é vista como errada, mas o resultado disso foi uma punição, mostrando-o que é uma prática ruim, como diz o mestre:

“Chamou-nos sem-vergonhas, desaforados, e jurou que se repetíssemos o negócio apanharíamos tal castigo que nos havia de lembrar para todo o sempre. E exclamava: Porcalhões! tratantes! faltos de brio!"

No final do conto o narrador diz ter aprendido sobre a corrupção e delação com os colegas de sala e todo aquele acontecimento:

Voltei para casa com as calças enxovalhadas, sem pratinha no bolso nem ressentimento na alma. E contudo a pratinha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; mas o diabo do tambor...