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Resenha: A Igreja do Diabo

Um dos maiores escritores da língua portuguesa, Joaquim Maria Machado de Assis é tido por muitos como o autor Universal. É possível dividir suas obras em fase romântica, onde o amor e relacionamentos amorosos são as principais temas, e em fase realista, sendo nessa fase que ele faz análises profundas do psicológico humano destacando suas vontades defeitos e qualidades.


"A igreja do diabo”, de Machado de Assis, é um conto contido no livro "Histórias Sem Data", lançado em 1884, e é uma prova de que a habilidade do autor não se limita a seus grandes romances.


Na obra, quando o diabo reflete sobre o papel que exerce, sem organização, dependente dos erros humanos e vê naquilo sua humilhação, resolve então mudar a sua própria igreja que seria capaz de combater de frente as outras.


Após notificar Deus de sua decisão desafiando seu antigo mestre, ele desceu à terra e deu início à sua pregação. Em pouco tempo o diabo fez com que todas as virtudes originais ou se condenados e as opostas e negativas adotadas. O seu reino religioso era conhecido e amado por todo o globo.


O que o diabo não entendia era como que diante de virtudes tão bem estabelecidas e impostas, ainda existiam praticantes que exerciam os antigos valores positivos. Coube então a Deus, na presença do Diabo, atribuir o comportamento à natureza contraditória do ser humano.


A obra não foca em acontecimentos, mas sim na reflexão sobre as atitudes do diabo e na reação humana. Deus é apresentado como um ser paciente, que não se opõe às decisões tomadas pelo diabo, como se o autor desejasse transparecer que a divindade já estivesse ciente e acostumado com as peculiaridades da criação. Esse é um ponto importante da obra, onde o comportamento humano é capaz de surpreender e influenciar comportamentos de divindades.

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