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Resenha: D. Paula

D. Paula é um dos contos publicados na obra Várias Histórias do gênio Machado de Assis, em 1896. A história apresenta uma senhora muito bonita que reside em um bairro no alto da cidade chamado Tijuca, ela dificilmente sai, contudo, em certo dia ela resolve fazer uma visita a sua irmã e posteriormente a sua sobrinha, Venancinha. Ao chegar encontra a menina chorando e depois de algum tempo descobre qual o motivo: uma briga entre Venancinha e Conrado, seu marido, por ciúmes.


A partir desse momento nos encontramos em uma situação comum; a senhora tenta ajudar Venancinha propondo-se a falar com Conrado. As duas entram em um acordo e D. Paula vai até o escritório de advocacia onde Conrado trabalha, chegando lá Conrado conta seus motivos a tia que com muita calma e sabedoria ouve tudo e espera o momento certo para fazer uma proposta: pede a ele que a perdoe e ela levará a menina para a Tijuca para educá-la. Conrado depois dos argumentos da tia acaba cedendo.


Nesse ponto tudo parece ocorrer da maneira correta, entretanto Machado consegue tornar uma boa ação em um uma história de cumplicidade e traição, pois a tia princípio queria realmente restituir o casamento de sua sobrinha, porém quando ela sabe pela boca da menina quem é o tal rapaz que tem provocado tanto ciúmes em Conrado acaba lembrando de suas aventuras amorosas com um rapaz de mesmo sobrenome: Vasco Maria Portela.


Os dias na Tijuca passam e a cada dia e a tia vê na menina a sua cópia no passado e elas acabam se tornando grandes confidentes. Venancinha passou contar tudo para a tia de como foi a primeira vez que se encontraram e que se arrependera muito, mas que era muito mais forte do que ela. D. Paula sentia-se muito mal, pois ao passo que gostaria ajudar Conrado, também queria viver aquele amor ardente na pela de Venancinha.


É importante ressaltar que Machado nos mostra como os homens podem falhar independentemente de suas idades, isso fica bem claro porque ele usa uma senhora já experiente e que mesmo querendo ajudar acaba por participar e se torna cúmplice de uma traição, pelo fato de o desejo superar o lado racional, ou seja, emoção sobre a razão.


Por fim, D. Paula consegue cumprir o que se propôs a fazer quando diz a Venancinha que fora muito imprudente ao se encontrar com Portela, fala também das vantagens do seu marido, de como Conrando tinhas virtudes e ainda é possível perceber a crítica a sociedade de aparências quando a mesma tia fala da opinião pública do que iriam pensar de seu casamento e da sua família. Contudo D. Paula continua com os seus devaneios pensando na sua mocidade, mas sem interferir no casamento de Conrado e Venancinha.

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