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Resenha: Entre Santos

  • Lucas Meireles
  • 13 de out. de 2015
  • 2 min de leitura

Entre santos foi publicado, em 1896, no livro Várias Histórias de Machado de Assis. A narração tem como base um episódio extraordinário ocorrido na vida de um velho padre durante sua vida de capelão a São Francisco de Paula.


O velho padre em uma noite aparentemente normal ao verificar as portas da igreja, nota que uma conversação e uma luz intrigante atrás das portas, depois de observar com receio, ele adentra o salão sacerdotal e percebe que o alvoroço estava sendo gerado por santos.


Esses santos discutiam nos seus altares como homens sobre as orações e petições realizados pelas pessoas que eram seus devotos. A principal discussão se dá entre São Batista, São Francisco de Paula e São Francisco de Sales que diferentemente dos dois primeiros citados tentava entender e abordar caso por caso. Nessa ocasião ocorre então o exemplo de um homem avarento que tenta barganhar a cura de sua esposa com são Francisco de Sales.


Machado de Assis é genial ao colocar os santos como homens, pois nesse momento ele concede imunidade as personagens para criticarem aquela sociedade, visto que os santos são mostrados como se estivessem uma sala qualquer em uma conversa qualquer sobre assuntos humanos. Depois que o é cenário montado, o autor toma como principal tema do seu conto a avareza. Durante a discussão dos santos é posto o caso de um homem muito avarento, talvez o mais daquela cidade. São Francisco de Sales mostra aos colegas santos que mesmo esse homem sendo muito fraco a dinheiro, ele amava verdadeiramente aquela mulher a ponto de se ajoelhar e fazer o que fosse preciso pela vida de sua amada acometida por uma grave doença. O homem então vendo que sua esposa estava morrendo começa a colocar preços pela vida de sua mulher, primeiro trezentos ave-marias, depois trezentas ave-marias e trezentos pais-nossos, assim sucessivamente. Assis, dessa forma nos mostra que a concepção de amor estava intimamente relacionado a posse, aquele homem amava duas coisas: o dinheiro e a esposa, pois possuía ambas. Além disso, é mostrado também uma crítica ao cientificismo da época durante o episódio em que são Francisco de Sales diz não haver ciência que cure aquela enfermidade, interligando- a crítica principal, mostrando que o dinheiro não serve para muita coisa em situações extremas e que não como há comprar nem barganhar pela vida, essa crítica de Machado não fica presa somente aquela época nem somente aquele espaço, por isso, podemos dizer que essa obra é universal.

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