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Análise: A Carteira

Personagens:

Honório: Homem de 34 anos, advogado, casado com Amélia. Teve a reputação jurídica degradada quando perdeu um caso e assim acaba endividando-se com os gastos excessivos feitos para agradar aos parentes e à esposa. Fica um tanto depressivo com a dívida em torno de quatrocentos mil contos de réis, mas mantém as esperanças de que irá conseguir quitá-la, esconde a real situação financeira de tudo e de todos;

D. Amélia: Esposa de Honório, fazia com que o marido gastasse o dinheiro que não tinha em futilidades como leques e chapéus pois vivia a lhe reclamar da solidão. Tinha um caso de amor com Gustavo, amigo de seu marido, com quem trocava bilhetes e cartas de amor;

Gustavo: Advogado, amante de Amélia mas também amigo de seu marido. Era dele a carteira achada por Honório.

  • Foco Narrativo: Narrador Onisciente.

  • Tempo: Psicológico, marcado pelas lembranças de Honório sobre os fatos ocorridos em sua vida.

  • Espaço: A estória se passa em um Café (no Largo de S. Francisco de Paula), na rua em que é achada a carteira, e na casa de Honório. Também são mencionados: a Rua da Assembleia, e o Largo da Carioca.

  • Enredo: A trama gira em torno de Honório, personagem principal que encontra--se endividado porque gasta mais do que pode esbanjando dinheiro para amigos e familiares e fazendo todas as vontades da esposa. Um dia o advogado encontra uma carteira no chão de uma rua e fica tentado a roubá-la a fim de quitar sua dívida em torno de quatrocentos mil contos de reis. Na estória, o protagonista passa um bom tempo refletindo sobre dever ou não roubar a carteira, até que resolve abri-la. Encontra mais de setecentos mil contos, junto de bilhetes e cartas, que não abre, e um cartão de visita, pertencente a Gustavo, seu amigo. Sentindo-se culpado, resolve devolver a carteira ao dono, assim encaminha-se para a própria casa, encontrando o amigo e a esposa lá. Devolve a carteira a Gustavo, este pega um dos bilhetes na carteira e entrega à Amélia, que rasga a mensagem de amor nervosa.

  • Temas: A vida fútil da sociedade burguesa carioca daquela época, o adultério, o roubo, a luxúria, a falsidade nas amizades, a honestidade, a fidelidade.

  • Verossimilhança: A traição no casamento, o endividamento por conta da luxúria, personificada em Amélia e Honório que faziam gastos exacerbados, a simulação de uma vida, ou seja, pessoas dissimuladas que mentem sobre sua realidade, a falsidade presente nas amizades.

  • Características da Escola Literária: O Pessimismo; Machado fazendo a análise psicológica das personagens, e estas representando tipos sociais bastante comuns naquela época; a precariedade da sorte humana representada por Honório; a astúcia presente em Amélia; o amor subordinado ao dinheiro (a esposa faz o marido gastar o que não podia em regalias); linguagem culta e direta; a ironia;

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